21 de setembro de 2011

Resultado do sorteio de um kit de produtos Native.

Com as inscrições encerradas, hoje foi o dia do nosso sorteio. Ele foi realizado com o auxílio do RANDON.ORG. Procedemos da seguinte forma: Cada participante recebeu um número (na ordem em que foram comentando), como pode ser visto na lista abaixo. 


1- Elly Chagas
2 - Bianca Lanu
3 - Débora Teixeira
4 - Mariana Andrade
5 - Marina Garcia
6 - Juliana
7 - Malu Allen
8 - Kelly Resende
9 - Camila Canavieira Krelty
10 - Juliana Cris 
11 - Alexandre Oliveira
12 - Ana Paula
13 - Sueli dos Anjos 

No random.org estabelecemos o nosso universo - que foi compreendido entre o número 1 e 13 - e pedimos para o programa realizar a escolha aleatória do contemplado com o kit. O número sorteado foi 8Veja o Print Screen do RANDON.ORG.




Parabéns Kelly Resende! Em breve você receberá um e-mail nosso solicitando o endereço para envio de seu kit. 


Agradeço a todos os participantes, twitteiros, seguidores e leitores deste blogContamos cada vez mais com o apoio de vocês e esperamos atender suas expectativas!  O blog ainda é novo, mas aos poucos ele vai ganhando a sua cara. Sugestões de post e dúvidas também são sempre bem vindas. 


Não percam em breve a inauguramos da seção sobre educação do blog. Espero que gostem! 

15 de setembro de 2011

Aperitivo de tomate, manjericão e queijo - simples, mas lindo e delicioso

Manjericão é uma das minhas ervas favoritas. Seu sabor forte, no entanto, sugere que seja usada com parcimônia, se não pode dominar o prato. Sou obrigada a confessar que nem sempre sigo essa regra. Tomate com manjericão então é uma combinação maravilhosa. Arriscaria a dizer até, perfeita! 

Hoje já não sei mais dizer para vocês se vi essa ideia de aperitivo em algum lugar ou se um belo dia eu simplesmente tive um insight. O que importa é que fica uma graça, é super refrescante (ideal para os dias de calorão) e, o melhor de tudo, é muito fácil de fazer. Não exige fogo, forno ou qualquer aparelho doméstico além de uma faca. Dá até para pedir ajuda para as crianças, envolvendo-as nos preparativos para a reuniãozinha em casa.

Aperitivo de tomate, manjericão e queijo

INGREDIENTES:
- Uma caixa de tomates cereja ou variedade similar (recentemente tem aparecido nos mercados e feiras uns menores ainda, como os que estão na foto)
- Um ramo de manjericão fresco
- Mais ou menos 100g de mussarela de búfala ou queijo minas (fica melhor com a mussarela. Os da foto estão com queijo minas, pois era o que eu tinha em casa)
- Um fio de azeite e pimenta do reino (opcional)

MODO DE PREPARO:
1) Lave os tomates e o manjericão.
2) Caso os tomates utilizados sejam grandinhos, corte-os ao meio para ficar mais delicado e melhor equilibrar os sabores.
3) Corte o queijo em cubinhos. Se estiver usando mussarela de búfala em nozinhos, corte-os ao meio.
4) Agora é só espetar os tomates no palito de dente, seguido uma folhinha de manjericão e o queijo. Coloco nesta ordem pois percebo que fica mais fácil de apresentar o aperitivo em pé e acho mais bonitinho, mas na verdade a ordem dos fatores não altera o produto. Esta é a etapa ideal para introduzir as crianças, se for o caso.
5) Depois que arrumo os palitos no prato, passo um fio de azeite e pimenta moída na hora para temperar. Eu costumo utilizar uma pimenta com 5 grãos em meu moedor (pimenta do reino, pimenta branca, pimenta verde, pimenta rosa e pimenta jamaica), mas se você só tiver a do reino em casa também fica ótimo. Não acho que precise de sal, pois o queijo já tem bastante, mas reconheço que pode ser insuficiente para algumas pessoas. Fica a seu critério, mas procure evitar. Estamos consumindo quase o dobro da recomendação diária de sal.

Não é o máximo?!

8 de setembro de 2011

Sorteio de kit com produtos da Native. Super fácil...


Para que você tenha a oportunidade de conhecer a excelente qualidade dos produtos da seção de alimentos saudáveis da What Mommy Needs, abrimos agora inscrições para o sorteio de um kit com produtos da Native.

O kit inclui:
- 1 litro de bebida de soja orgânica, adoçada, sabor original
- 2 embalagens de 200ml de bebida de soja orgânica, adoçada, sabor chocolate
- 3 embalagens de 40g de cookies orgânicos sabor chocolate
- 3 embalagens de 40g de cookies orgânicos sabor baunilha
- 3 embalagens de 40g de cookies orgânicos sabor banana
- 1 embalagem de 300g de cereal matinal de milho orgânico, açucarado
- 1 embalagem de 400g de achocolatado em pó orgânico instantâneo de alto teor de cacau

Para participar, basta colocar aqui neste post, como comentário, seu nome e e-mail, e fazer uma das seguintes atividades:
- Curtir a página do Dicas da Mel no Facebook
- Seguir o twitter do Dicas da Mel
- Seguir este blog
Se você já faz uma ou todas essas atividades, é só deixar seu comentário aqui com nome e e-mail para poder concorrer. O kit será entregue pelos correios em sua casa em qualquer parte do Brasil.

**Esta promoção está aberta para inscrições até dia 20 de setembro. O sorteio será realizado no dia 21 de setembro e divulgado aqui, no Facebook e no Twitter. Também entraremos em contato com o ganhador por e-mail.

Quando você participa de nosso projeto e divulga nossa loja, está contribuindo para a promoção do desenvolvimento sustentável. E nós agradecemos sempre a parceria!

6 de setembro de 2011

Bate-papo com saúde! Porque petiscar não precisa ser sinônimo de pé-na-jaca



Aqui em casa gostamos muito de receber os amigos para um bate-papo agradável nos finais de semana. Porém, momentos como estes podem ser extremamente estressante para algumas pessoas. Acredito que um dos segredos para evitar este tipo de situação é oferecer comidinhas que possam ser preparadas com antecedência. Assim, você consegue fazer tudo com calma, no seu tempo, e quando os amigos e/ou parentes estiverem na sua casa, poderá lhes dar atenção e curtir uma agradável tarde com pessoas queridas.

Então, o assunto de hoje é algo que, sem que eu percebesse, se tornou uma das minhas especialidades: petiscos! Arrisco-me a dizer que na cultura de boteco carioca, petisco e alimentação saudável são, na maioria das vezes, incompatíveis. Muitos dos tradicionais quitutes consumidos em momentos de conversa fiada são fritos. Acontece que aqui em casa minha cozinha só vê fritura no máximo duas vezes no ano. Ao contrário da maioria das famílias brasileiras – que usam em média 5 litros de óleo por mês (!!!) – uma garrafa de óleo vegetal pode durar tranquilamente uns seis meses por aqui. Isso porque tenho duas receitas de bolo que eu adoro que usam óleo ao invés de manteiga ou margarina, então grande parte vai para o preparo destas delícias. O baixo consumo que faço de óleo é em parte devido a hábito adquirido desde a infância (thank you, mummy!) e em parte porque não tenho paciência para limpar toda a sujeira provocada pela fritura. Sem petiscos fritos, não há sujeira de gordura para tirar do fogão, dos utensílios e do chão e você não precisará ir para cozinha quando os seus convidados chegarem. Sim, porque frito é gostoso quando é feito na hora.

É claro que tem muita porcaria por aí que não é frita. A idéia com este post, no entanto, é mostrar que é possível organizar uma festinha sem deixar de lado a preocupação com a saúde. Inauguro, assim, uma nova seção no blog onde publicarei algumas receitinhas fáceis de fazer, versáteis, deliciosas e, claro, mais saudáveis. Os petiscos que postarei são perfeitos, por exemplo, para um chá de bebê.

A foto abaixo mostra parte das guloseimas que fiz para a última reuniãozinha aqui em casa.



Dependendo de quantos convidados você tenha e do tamanho do espaço disponível, é interessante distribuir cumbuquinhas pela casa com diferentes tira-gosto. Azeitonas são sempre sucesso garantido para este fim. Neste dia coloquei também as pimentas biquinho. Para minha surpresa, quase nenhum dos meus convidados conhecia esta gostosura. Eu amo a ardência das pimentas, mas apesar do nome, diria que essa aqui tem ardência quase zero, restando apenas o saber doce da fruta e azedo do vinagre no qual foi conservada. Então não é preciso se preocupar com aqueles que não curtem o ardido das pimentas. Assim como a azeitona, o trabalho que você terá com esse tira-gosto é o de abrir um potinho. No supermercado elas costumam ficar na mesma estante que enlatados e conservas (afinal, esta é uma conserva!), como aquelas cebolas pequeninas também conservadas no vinagre que são outra boa opção bem clássica. As pimentas biquinho acabaram sendo uma agradável surpresa para meus convidados.

Na foto é possível reparar ainda na petisqueira a presença de amendoim estilo japonês temperado com páprica. Para uma opção mais sofisticada, diversa e saudável, eu sugiro um mix com iguais porções de uvas-passa, damasco seco (corte-os em quatro), castanha de caju e amendoim sem casca ou nozes. Essa combinação fica perfeita!

No potinho preto no fundo há uma porção de pinhão. Aproveitei que está na época. O inconveniente aqui no caso é ter que descascar. Nem todos os convidados tem essa disposição. Apesar de essa semente ser muito comum no sul do país, no Rio de Janeiro muitos não conhecem ou pelo menos não sabem como preparar.  O segredo para ficar fácil de descascar depois de cozido é realizar um corte nas pontas (eu costumo fazer em forma de cruz). Assim, depois que o pinhão cozinhar na panela de pressão com água e sal por 30 minutos (contados depois que começar a “chiar”) será mais fácil remover a casca.

Não percam os próximos posts de série, onde publicarei mais algumas sugestões de petiscos e as receitas das pastinhas presentes na foto. Tem de tomate seco, azeitona, sardinha, homus e babaganu.


20 de agosto de 2011

Inspiração árabe: legumes recheados

Na sua casa costuma ser uma guerra fazer os pequenos comerem legumes? Antes de dizer que a criança definitivamente não gosta disso ou daquilo, deve-se oferecer o alimento algumas vezes, de preferência apresentado-o em diferentes formas de preparo. Talvez o pimentão cru, por exemplo, com seu gosto forte e textura crocante, não faça muito sucesso com seu filho. Que tal então assá-lo? E se mesmo assim nada funcionar, não se desespere ou force a criança. Nosso paladar muda muito ao longo da vida. Eu, por exemplo, odiava berinjela. Quem hoje não gosta de algo que não suportava quando pequeno? Se comer frutas, legumes e verduras é um habito na sua casa, provavelmente seu filho vai adotar essa idéia com o tempo.

A receita que trago hoje é super simples e é perfeita para aqueles que torcem o nariz para pimentão, berinjela, abobrinha ou repolho. Minha sugestão tem inspiração árabe! Estou dizendo inspiração porque em momento algum tive a preocupação de usar os temperos tradicionais da cozinha árabe ou mesmo seguir os passos como manda a tradição, mas sintam-se livres para fazer isso. Apenas abri a geladeira, tentando verificar o que tínhamos em estoque para fazer o jantar, e os mantimentos disponíveis me lembraram na hora um prato de um dos meus restaurantes preferidos no Centro do Rio de Janeiro, que tem um ambiente super simples e fica escondido num dos pontos mais movimentados da cidade em meio a bugigangas das mais diversas. Pena que só funciona de 2ª a sábado no horário de almoço, então raramente posso ir. Vendo aqueles ingredientes na minha frente, pensei: por que não? Além de matar a vontade de algo diferente e gostoso, refeições temáticas são também sucesso na certa com a criançada. Ora... o momento da refeição pode ser tornar uma divertida ocasião para aprender sobre uma cultura diferente ou região do país ou mesmo já ir entrando a galerinha no clima da próxima viagem de família se ela estiver próxima. Se estiver empolgado, pode inclusive caprichar na decoração da mesa e colocar uma música ambiente relacionada com o tema da refeição. Não precisar ser nada grandioso, pequenas mudanças já fazem toda a diferença. Tornar a alimentação um momento lúdico é estratégico se você tem em casa um público implicante com comida.
Hoje estou apostando na comida árabe. Mas não é preciso ir tão longe. Que tal, por exemplo, uma moqueca capixaba ou um camarão na moranga ou uma galinha com quiabo ou um cozido campeiro com pirão?

Berinjela e pimentão recheados


INGREDIENTES:
½ xícara de arroz integral de sua preferência (eu gosto muito do cateto vermelho)
½ xícara de lentilha
½ xícara de carne moída ou proteína de soja, se preferir (opcional)
legumes (a sugestão é usar pimentão, berinjela, abobrinha e/ou folhas de repolho)

MODO DE PREPARO:
1) Prepare o arroz, a lentilha e a carne moída da forma como está acostumada a fazer no seu dia-a-dia. Meu jantar saiu em cerca de 40 minutos, pois já estava tudo pronto na geladeira. Ou seja, esse prato pode ser preparado com sobras, dando vida nova a comida e evitando o desperdício! Dica: Eu costumo cozinhar o arroz junto com a lentilha. É prático, rápido, econômico, faz menos sujeira e ainda é nutritivo. Quer mais o quê? Aliás, basicamente foi por isso que a lentilha acabou entrando nesta receita.

2) Misture o arroz integral, a lentilha e a carne moída cozidos em uma tigela. Este é o recheio.

3) Lave os legumes. No caso da berinjela e a abobrinha, corte-as no meio e retire parte do meio do legume, criando uma covinha onde irá o recheio. Nem pense em jogar isso fora! Misture com o arroz. Se seu filho protestar e só quiser comer o recheio porque viu que o recipiente é um legume, pelo menos ele estará comendo um pouquinho deles sem perceber. O pimentão é mais fácil só retirar a ponta com as sementes e enchê-lo com o recheio, como se você estivesse colocando sorvete em uma casquinha. Lembre-se que o pimentão foi um dos alimentos que apresentou a maior concentração de agrotóxicos no último relatório da Anvisa, então preferencialmente compre orgânico. No caso do repolho, tente separar folhas rasgando o mínimo possível. Coloque um colher de sopa do recheio no meio da folha, dobre-a mais ou menos ao meio, vire as laterais para o centro (serve para garantir que o recheio não vai escapar pelas laterais) e termine de enrolar formando um "charuto". Deve ficar como um rolinho primavera daqueles da comida chinesa, só que menor.

4) Se optou pela berinjela, abobrinha ou pimentão, leve-os ao forno médio por cerca de 30 minutos ou até assar os legumes. No caso do pimentão, optei por enrolá-lo em alumínio garantindo que a "crocância" fosse embora. Você pode colocar queijo parmesão em cima para gratinar se quiser. Eu preferi não fazer isso. No caso do repolho, cozinhe os rolinhos no valor ou em uma panela tampada com um pouquinho de água ou caldo de carne para mais sabor. Mas, por favor, nada de usar aqueles caldos industrializados que são puro sal. Se não tiver caldo, use água e coloque alguns temperos, como cominho, coentro, tomilho etc...

Agrotóxicos podem fazer mal à saúde?

Os agrotóxicos são também chamados de defensivos agrícolas porque defendem as plantações ou lavouras da ação de insetos e de outros organismos vivos (as chamadas “pragas”). Os defensivos agrícolas nada mais são do que venenos que têm efeitos biocidas (substância que possui ação letal sobre organismos vivos). Apenar de possuírem um alvo específico, não poupam as estruturas biológicas de outros seres com os quais entra em contato. Estas substâncias possuem origem química, permanecem na natureza, degradam o solo, contaminam a água e, sobretudo, se acumulam nos alimentos. Desse modo, é natural perguntarmos: Se os defensivos agrícolas fazem mal à saúde de diferentes formas de vida, eles podem fazer mal à saúde dos seres humanos? A resposta é SIM!

Charge pulicada na edição de julho de 2010 da revista Radis


O espectro de ação dos agrotóxicos sobre a Saúde Humana é amplo e pode gerar efeitos agudos e crônicos. Os efeitos agudos ocorrem minutos ou horas depois que a pessoa entra em contato com quantidades grandes de agrotóxicos de uma só vez. Portanto, os trabalhadores rurais são aqueles que mais sofrem com estes efeitos, representado por náuseas, vômitos, convulsão, desmaios, dificuldades para respirar e outros agravamentos que podem inclusive levar o indivíduo à morte. Por outro lado, os efeitos crônicos são aqueles que surgem após uma exposição contínua e prolongada aos agrotóxicos. Os trabalhadores rurais podem ser afetados por estes efeitos, mas eles também atingem aqueles que estão longe das lavouras, como os consumidores de alimentos que contêm os pesticidas. Conforme mencionei na postagem anterior, alimentos como pimentão, tomate, alface, batata e outros estão chegando contaminados de agrotóxicos nas nossas mesas. E muitos deles com agrotóxicos que sequer têm seu uso autorizado no país!

Selo da Campanha Permanente
Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Dentre os danos à saúde que podem surgir após anos de exposição e consumo de pesticidas estão as lesões no fígado (hepatite), a catarata, as dermatites, a infertilidade (incapacidade reprodutiva), as gastrites, os danos renais e o câncer. Em um informativo da Revista de Saúde Pública foi publicado um dos resultados surpreendente da pesquisa de Lia Giraldo. A baixa qualidade do ar em função da poluição na cidade de São Paulo e os problemas de saúde decorrentes deste fenômeno já são conhecidos nacionalmente. Porém, Lia Geraldo constatou que “proporcionalmente, o número de mortes em decorrência de asma na cidade do Recife é maior que no município de São Paulo. Apesar do clima na capital paulista ser mais favorável ao surgimento dessa doença, o grande uso de inseticidas domésticos na capital pernambucana faz com que Recife apresente uma taxa alta de mortalidade por asma”.

No dia 07 de junho deste ano, mais de 30 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas, estudantes, organizações ligadas à área da saúde e grupos de pesquisadores lançaram a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. No portal há relatos de problemas de saúde gerados pelo contato, mesmo que indireto, com os agrotóxicos utilizados nas lavouras. A Campanha pretende debater com a população sobre a falta de fiscalização no uso, consumo e venda de agrotóxicos, a contaminação dos solos e das águas e denunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores, das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades.

Para quem quiser saber um pouco mais sobre o uso de agrotóxicos no Brasil, a Radis, revista editada pela Fiocruz para profissionais de saúde e a população, publicou um volume dedicado ao tema e traz uma reportagem com dados interessantes sobre o assunto, como o fato do Brasil ser o maior consumidor de agrotóxicos no mundo.
É importante divulgar também que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza o Disque-Intoxicação, telefone para tirar dúvidas e fazer denúncias relacionadas a intoxicações (que vão além das relacionadas aos agrotóxicos, incluindo também mordidas de animais peçonhentos e venenosos, abuso de medicamentos e envenenamento doméstico, algo do qual as crianças são as maiores vítimas). O número é 0800-722-6001, a ligação é gratuita e o usuário é atendido por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), presente em 19 estados.

Quais alimentos possuem maior concentração de agrotóxicos?

A produção orgânica pode não ser algo novo, mas definitivamente ela tem se popularizado nos últimos anos; em especial entre os moradores das grandes cidades, os quais naturalmente estão mais distantes das terras de plantio. Eu, por exemplo, não me lembro de ouvir falar de produtos orgânicos quando era pequena no Rio de Janeiro na década de 1980. No entanto, hoje em dia eles são cada vez mais facilmente encontrados nas prateleiras de supermercados, feiras e hortifrútis. Porém, percebo que ainda há muita dúvida e incompreensão sobre o assunto. Por isso, pensei em escrever uma pequena série de posts com algumas informações que fui descobrindo ao longo dos anos. Estou longe de ser uma especialista no assunto, mas acredito que meu interesse pela culinária, pela prática de uma alimentação saudável, minha curiosidade e prática profissional como pesquisadora no campo da Saúde me levaram a descoberta de algumas fontes que penso ser interessante dividir com vocês.

Foto de Sakhorn
O que é do conhecimento da maioria das pessoas é que os produtos orgânicos são produzidos sem usar agrotóxicos e outras substâncias sintéticas – como fertilizantes químicos – que podem contaminar o alimento ou o meio ambiente.

O que muitos não sabem é que na produção de alimentos com o uso de agrotóxicos – também chamados de pesticidas ou defensivos agrícolas – são utilizados agrotóxicos sistêmicos e/ou agrotóxicos de contato. Os sistêmicos são aqueles que circulam através da seiva, ou seja, por todos os tecidos do vegetal. Os de contato agem externamente, mas são também, em boa parte, absorvidos pela planta, uma vez que o veneno penetra através de suas porosidades. Tudo bem... mas afinal, o que isso representa? Se eu disser que lavar os alimentos em água corrente só é capaz de remover parte dos resíduos de agrotóxicos presentes na superfície,ou seja, os de contato, talvez a questão fique um pouco mais clara. A Nota Técnica de Esclarecimento sobre o Risco de Consumo de Frutas e Hortaliças Cultivadas com Agrotóxicos publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) atesta que “uma vez contaminados com resíduos de agrotóxicos, estes alimentos levarão o consumidor a ingerir resíduos de agrotóxicos”.

Desde 2001 a ANVISA vem monitorando a quantidade de agrotóxicos nos alimentos consumidos pelos brasileiros em todo o território nacional, visando verificar a qualidade dos alimentos (quanto à presença dos agrotóxicos) que compramos nos supermercados e consumimos. O programa responsável por este monitoramento é chamado de Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA). Um dos objetivos do programa é identificar quais são os agrotóxicos utilizados e em quais quantidades eles estão presentes nos alimentos comercializados. O resultado das análises é disponibilizado para a sociedade, ou seja, para nós consumidores. Atualmente, os alimentos analisados são: alface, banana, batata, cenoura, laranja, maçã, mamão, morango, tomate, arroz, feijão, abacaxi, cebola, manga, pimentão, repolho, uva, beterraba, couve e pepino.
Foto de Grant Cochrane


No ano de 2009 (último relatório publicado), mais de 3.100 amostras de alimentos e 230 ingredientes ativos dos agrotóxicos foram avaliados. Os resultados mostram que das amostras analisadas, 907 estavam insatisfatórias, ou seja, estavam com a presença de agrotóxicos acima do limite estabelecido por lei. Em 744 amostras existiam agrotóxicos não autorizados para uso no Brasil. Nesta última análise, o pimentão foi um dos alimentos que apresentou a maior concentração de agrotóxicos, junto com o morango, a uva e a cenoura. Assim, se por qualquer razão os orgânicos ainda não fazem parte de sua cesta de compras, pelo menos na hora de escolher estes produtos, tente priorizar os orgânicos. Você já estará contribuindo bastante para a saúde de sua família. Obs - Na página 8 do relatório tem um quadro com o quantitativo de amostras analisadas e insatisfatórias por cultura e por estado bem ilustrativo. Você pode verificar quais alimentos estão mais contaminados na sua região.

Na próxima postagem pretendo falar sobre alguns dos efeitos causados por esses compostos à Saúde Humana, efeitos esses que abrangem problemas neurológicos, câncer, fertilidade, dentre outros. Até lá!